siga-me │ deserto
as primeiras palavras do Senhor a abrão foram: “sai da tua terra, da tua parentela e da casa do seu pai, para a terra que eu te mostrarei”. a ordem poderia ser diferente. o Senhor poderia ter dito: “olha, abrão, eu quero fazer de você uma grande nação e engrandecer teu nome, mas preciso que você saia da sua cidade”. entretanto, a evidência no discurso foi a ordem para abrão sair da sua casa, família e da vida estável que possuía para um lugar que nem ele conhecia.
o chamado não soa diferente das palavras do novo testamento; a expressão era siga-me. muitos comentam que a maior dificuldade desse personagem foi esperar um filho em sua velhice, mas acredito que seu desafio inicial foi bem maior. entenda as palavras do Senhor como: “abrão, de hoje em diante você vai confiar a mim sua vida. seu povo estará no deserto. logo, se eles irão beber, comer e onde irão ficar, irá depender de mim. você não sabe para onde estão indo, mas eu sei. portanto, confie em mim”.
você iria? lembre que esse é o passo inicial, não somente para a jornada de abrão, mas para nossa caminhada cristã. deixar tudo e evidenciar que nosso guia é o Senhor, ou seja, colocar D’us no lugar de Soberano em nossas vidas. você daria o primeiro passo?
não imaginaria um local melhor para que nossa dependência de Cristo fosse testada. somente entendemos que o Senhor guarda nossa vida quando estamos totalmente vulneráveis. é somente quando estamos fracos que a força de Cristo manifesta todo o seu poder em nossas vidas.
as palavras de Cristo não somente saia ou siga-me. quando somos atemorizados pela incerteza das dificuldades da jornada que não conhecemos, ouvimos a promessa Dele: “Estarei contigo”.
graça e paz!
michael l.
abertura │ deserto
às
09:49
o deserto talvez seja o cenário onde maior parte dos relatos bíblicos ocorreram. homens demonstraram sua fé, fugiram, aprenderam a ser humildes, confirmaram sua vocação e encontraram a Cristo.
é uma constante o utilizar do deserto - pelo espírito - para mudar a vida dos eleitos. para nossa caminhada cristã o deserto não passa de um simbolismo que aponta para intempéries de nossa caminhada Cristã. não somente intempéries, o deserto aponta para o processo em que o velho homem morre e Cristo vive em nós.
as histórias de desertos são cercadas de peculiaridades. a proposta dessa série é que analisemos algumas páginas da regeneração e vocação de personagens bíblicos. você irá se surpreender com a semelhança do deserto deles com o seu.
graça e paz!
michael l.
recomeço
passei muito tempo sem escrever uma linha sequer. postando textos antigos, traçando comentários resumidos e falando de idéias passadas. volto de uma temporada de aprendizado de disciplinas e reflexões. todos os cristãos parecem enfrentar o que chamamos de deserto. um lugar em que enfrentamos experiências e aprendizados, missões e lições.
no cristianismo é necessário confundir para compreender, abalar para tornar seguro, ser ferido para auxiliar. toda a experiência cristã é uma espécie de deserto onde morremos para que Cristo viva em nós. esse processo doloroso é a maior dádiva que herdamos da experiência com Cristo. estar nu para vestir-se da glória. parecer tolo por ser sábio. ser fraco para viver pela força Dele.
volto a escrever com essas disciplinas e reflexões vividas. não como mestre, mas como aprendiz de Cristo. a nova cara do blog são textos sobre um Cristianismo focado nas Escrituras. nuances de um cotidiano que clama por Ele. arte que aponta para a criação esquecida. preocupação com a gloria Dele.
será uma honra ter você nessa nova jornada!
graça e paz!
michael l.
a fé sorri das impossibilidades?
meios de comunicação como facebook, mesenger, orkut, twitter e outros, mostram muito do que seus usuários pensam. eu os uso como uma espécie de termômetro para tomar conhecimento de como anda o pensamento dos meus “amigos virtuais”. hoje fui surpreendido por uma avalanche de endossamento da seguinte frase: “a fé sorri das impossibilidades”.
tive a curiosidade de pesquisar a respeito da frase e descobri que ela se original de um texto escrito por leonard ravenhill, escritor e evangelista cristão britânico que focalizava em assuntos como oração e avivamento. em seu texto, a fé ri das impossibilidades, ravenhill utiliza o título como uma ironia a forma como a fé é compreendida por muitos religiosos. por ser um escritor cristão profilático – um escritor que prevê os possíveis problemas em comunidades cristãs e escreve acerca deles – ele trava o assunto com extrema maestria.
ravenhill discorre dizendo:
“a oração de um crente pode tornar-se um ritual. o lugar da oração é mais do que território onde atiremos todas nossas ansiedades, preocupações e temores. o lugar da oração não é um lugar para deixar cair uma lista de compras diante do trono de um Deus com infinito suprimento e ilimitado poder. eu creio que o lugar da oração não seja somente um lugar onde eu perca meus fardos, mas também um lugar onde eu receba um fardo. ele compartilha meu fardo e eu compartilho a Seu fardo. "Meu jugo é suave e meu fardo é leve". para conhecer este fardo, devemos ouvir a voz do Espírito. para ouvir esta voz, devemos calar e saber que Ele é Deus.”
seu texto endossa verdades que minha leitura das Escrituras e iluminação do Espírito me levou a compreender. eis duas delas:
- a fé não é uma espécie de amuleto cristão.
no judaísmo, o “chamsa” é um talismã com simbologia cabalística para proteção do ambiente. a mão aberta é um símbolo de generosidade e um gesto de paz. os peixes significam fartura e prosperidade para seu lar ou negócio. o olho representa o olhar de D’us, sua onipresença. muito judeus não reformados ainda acreditam na proteção traga por esse talismã.
no cristianismo, a oração não é um talismã com simbologia mística para a obtenção de desejos e realizações de grandes feitos – ante as impossibilidades. não é bíblica a idéia de ser a oração um amuleto que nos dará tudo o que pedirmos.
“eu tenho fé e todas as impossibilidades serão ultrapassadas”. essa frase pode fazer parte do escopo da auto-ajuda, mas não do cristianismo.
- o agente é Cristo, não a fé.
note algo! mesmo Cristo dizendo inúmeras vezes que a fé de um indivíduo o havia curado, o agente da cura era a fé? qual dos dois é o agente?
é comum que haja confusão entre meio e agente. por acreditarem em Cristo (fé > meio) as pessoas eram curadas (poder de Cristo > agente). no que isso muda nossa compreensão? não podemos afirmar que a fé sorri das impossibilidades, porque não é esse o papel da fé. devemos afirma que em meio às impossibilidades, confiamos na soberania de Cristo pela fé.
experimente retroceder centenas de anos. vá até o limite dos portões da cidade de hus. lá você irá encontrar coberto de cinzas e com enormes feridas, o homem mais íntegro e reto da época – palavras do próprio Senhor. se dirija em sua direção e diga animadamente: a fé sorri das impossibilidades! o que acha que ele responderia?
talvez você entenda por esse esquema:
jó > o homem mais íntegro e reto > o homem com tamanha fé a ponto de passar por terríveis provações (impossibilidades) e não amaldiçoar o nome do Senhor.
impossibilidades > filhos mortos, terras perdidas, casa destruída, saúde em degradação e “amigos” o infortunado.
possivelmente jó respondesse a você:
- sua compreensão acerca de fé esteja comprometida. experimente estar em minha situação e pensar da mesma forma.
você diria:
- jó! como devo entender a fé então?
ele explicaria a você:
- entenda que a fé é a confiança no Senhor Jesus Cristo. ela não exclui a possibilidade de você não enfrentar impossibilidades – assim como estou passado – e não sair delas. ela diz que mesmo em meio às impossibilidades – e o não “vencimento” delas – você continuaria a confiar do Senhor Jesus Cristo. fé significa confiança no Senhor, não um talismã contra impossibilidades.
“testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus [Cristo]”. at 20.21
michael l.
para entender mais?
leia o texto > sofrer | http://bit.ly/csEqiZ
shalom shabbat!
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